Hello gente bonita! Aqui é a Andressa e dessa vez eu escolhi falar sobre um livro que eu ganhei da minha professora de geografia maravilhosa, chamada Bianca.
O Futuro da Humanidade é o primeiro romance de Augusto Cury. Um pesquisador, psiquiatra, cientista e escritor reconhecido internacionalmente, principalmente pelos seus livros. Sendo que um deles, (O Vendedor de Sonhos) até mesmo já ganhou uma versão nas telinhas do cinema.

©Augusto Cury
A história do livro é sobre Marco Polo, um calouro de medicina bastante entusiasmado que em seu primeiro dia de aula se depara com a frialdade de seus superiores em relação aos corpos mortos na sala de anatomia. Inconformado com essa atitude grotesca, ele parte para uma grande aventura visando descobrir quem eram essas pessoas e suas histórias. Afinal, cada uma delas tinham suas identidades enquanto seres humanos. E no meio dessa busca Marco encontra Falcão, um indigente sábio, que mostrará para ele quem essas pessoas eram e o valor de cada uma, e ainda por cima o ensinará coisas importantes para a vida.
©Augusto Cury/Futuro da Humanidade
O livro é excelente para nos mostrar o universo da psicologia, as doenças e os problemas mentais que as pessoas enfrentam, a sociedade doentia e preconceituosa que cultivamos e a complexidade da vida humana.
O personagem Falcão nos mostra o quanto as pessoas marginalizadas em nossa sociedade são invisíveis, mas possuem uma riqueza intelectual imensurável. E que em uma sociedade de aparências, esse segmento da população é que está mais próximo da liberdade, uma vez que eles não precisam se preocupar em serem quem não são e nem terem que cumprir alguma expectativa.
E enquanto alguns são banalizados, existem aqueles que são exaltados e venerados como se fossem deuses. Seja por estar dentro dos padrões de beleza, produzir músicas que enaltecem a ostentação sem sequer um mínimo de conteúdo, ou qualquer outro feito inútil que os humanos idolatram e nem sabem o porquê. E o pior disso tudo são as pessoas acharem que algum ser humano é mais importante que o outro.
©Soul Eater/Bones
E você? Acha que seu ídolo predileto é melhor do que um morador de rua? Se sua resposta for sim, sugiro que repense seus valores. Pois você já deixou de ser humano já faz tempo.
O mais impressionante do livro, é como ele mostra que influenciamos e estamos sendo influenciados o tempo todo, e que o colapso mental de uma pessoa pode interferir seriamente na vida de outra pessoa e até mesmo da sociedade.
”Interferimos na memória e no tempo dos outros a todo instante.”
Outra questão também é o fato do preconceito social contra as pessoas que possuem algum transtorno mental e muitas vezes são vistas como loucas. E como o tratamento dessas pessoas são feitos de forma desumana e as vezes até mesmo desnecessária. Pois muitos casos se resolveriam apenas com um bom diálogo.
©NHK ni Youkoso!/Gonzo
Acima de tudo o livro traz uma abordagem acerca da depressão e como essa doença mental pode ser difícil de lidar.
Perdas, decepções, bullying, frustrações, desesperança e outras inúmeras questões dilacerantes… Ser humano não é nada fácil, ainda mais quando temos que enfrentar a dor ou aquilo que temos medo. E é por isso que muitas vezes, pessoas que possuem depressão preferem cometer suicídio. O mais triste é que essas pessoas quase sempre perdem de vista que estão conectadas com outras, e esse ato provavelmente irá interferir veementemente no tempo e na memória daqueles que ficaram para trás.
”Uma pessoa que se suicida não deixou de atuar no mundo social, afirmou Marco Polo. O ato do suicídio alterou o tempo dos amigos e parentes e, principalmente, despedaçou a emoção e a memória deles, gerando vácuo existencial, lembranças e pensamentos perturbadores que afetarão suas histórias e o futuro da sociedade.”
Achar que a vida só se resume a felicidade, talvez seja o maior equívoco da humanidade. A dor é algo que todo ser humano, uma hora ou outra terá que sentir. O que muda é a forma como a encaramos. Podemos nos reconstruir e adquirir sabedoria para lidar com os problemas da vida que ainda virão ou nos destruir, e essa escolha depende total e exclusivamente de cada um de nós.
”A dor que vivi poderia me destruir ou me construir. Resolvi deixá-la me construir.”
Desde que nós mesmos não nos abandonemos, sempre haverá alguma maneira de sair de qualquer situação difícil. E como o próprio Augusto Cury diz, nos tornarmos autores de nossas próprias histórias, e não vítimas da sociedade.
”Quando o mundo nos abandona, a solidão é tolerável; mas, quando nós mesmos nos abandonamos, ela é insuportável.’‘
Muitas pessoas possuem medo de ficar sozinhas. Mas um pouco de solidão é necessário para que possamos refletir sobre nossas vidas e o nosso papel no mundo. No entanto, solidão demais também pode fazer mal.
”Compreendeu que uma dose de solidão estimula a reflexão, mas a solidão radical estimula a depressão.”
A mensagem mais bonita do livro é a de que toda a existência humana está correlacionada. Todos nós dependemos uns dos outros para existir e ninguém é melhor ou pior que ninguém, somos todos importantes para este mundo. Até mesmo pessoas egocêntricas precisam de outros para exercerem a sua arrogância de achar que é o centro do universo.
E se essa pessoa, algum dia… Por ironia do destino, acordasse em um mundo em que só ela existisse? Qual seria o sentido de tanta preponderância? Por mais incrível que pareça, essas pessoas se encontram em um paradoxo e nem mesmo percebem o quão ilógica essa atitude é.
”A humanidade é uma família vivendo numa complexa teia. Somos uma única espécie. Deveríamos amá-la e cuidar dela mutuamente, caso contrário não sobreviveremos.”
Augusto Cury
E é por isso que é sempre bom termos em mente que aquilo que dá sentido para a nossa existência é o todo. E não somente nós mesmos.
Nada seria capaz de explicar isso tão bem quanto uma das filosofias do anime Fullmetal Alchemist:
”Um é tudo, e tudo é um.”
©Fullmetal Alchemist/Bones
Curiosidades
- Augusto Cury é fundador da Escola de Inteligência, uma espécie de educação socioemocional. Algo de suma importância, tendo em vista que a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo.
- Elaborou a teoria da Inteligência Multifocal. Uma forma de inteligência que busca estimular as pessoas a não se prenderem somente a um único foco e aprenderem a lidar com seus problemas existenciais de forma saudável.
É isso gente! Eu amei profundamente o livro, li ele todo em apenas um dia e com toda a certeza se tornou um dos meus livros favoritos. Só tenho a agradecer a minha professora, porque o livro fez uma grande diferença na minha vida e ajudou eu a me tornar uma versão melhor de mim mesma. Arigato Sensei!!! E eu recomendo-o fortemente, é um excelente livro para ajudar a entender melhor aquilo que nós somos e ficarmos cientes de toda a complexidade que envolve a mente humana.